Grávidas e cocó na fralda!
Não sei se é da crise e do tempo, que faz as pessoas à minha volta passarem mais tempo em casa, muito menos sei se é porque atingi aquela idade em que é normal pensar em formar família e sermos mais responsáveis. Verdades ou coincidências, apenas sei que tudo à minha volta transpira à criançada e a bebes. Ou estão grávidos, ou na maternidade ou já com eles ao colo, mas todos os assuntos tem cheiro a cocó na fralda. Isso deixa-me satisfeita sim, porque se para alguns sei de ante-mão que é a concretização de um sonho, uma realização pessoal, por outro lado, não sou assim tão insensível e criançada no colo dos outros até é uma coisa cuchi-cuchi. Mas só isso e no colo dos outros.
Egoísta que sou, sei perfeitamente que está felicidade é apenas efémera, porque rapidamente irei aperceber-me que não tenho mais amigos! Ou melhor, tenho, mas estarão em casa a mudar a fralda e a fazer a papa. Festas e saídas a noite serão limitadas e apenas nos dias em que o rei fizer anos, ou os avós tomarem conta da criançada. Férias com eles, apenas para sítios com parques infantis e o mais certo será cafezadas de domingo à tarde com correrias atrás da criançada.
Já pensei muito sobre este assunto e se entrei naquela idade (os 30) em que pensar em construir família é normal e tradicional, aqui fica a prova de que mais uma vez eu não sou o estereotipo da minha sociedade, se certeza eu tenho, hoje, o próximo mês e o próximo ano, filhos não estão de todos nos meus planos.
Fica a esperança de que os filhos dos outros desperte em mim, algo próximo do sentimento maternal. Que no entanto, temo não existir dentro de mim.
Aos pais que tiveram o bom trabalho de contribuir para um país menos afundado numa geração velha, o meu obrigada e parabéns.
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