Estão a ver-se gregos!

13:51 A papaqueijo 0 Comments

Diz que pára por aí uma crise daquelas... de deixar qualquer um Grego!
Não estou nem aí. Desculpem-me os preocupados e senhores responsáveis que andam por aí. Mas eu estou-me nas tintas. Chamam-me irresponsável, digam que sou miúda, acusem-me de fazer parte do grupo que nada contribuiu para mudar esta situação. Sabem que mais? Não me importo.
É claro que me chateia ficar sem parte do meu salário porque tenho de o doar para a gestão danosa do governo português, irrita-me pagar por tudo e por nada, ser taxada por respirar, pensar, ter de pagar imposto por ter o privilégio de olhar para o Douro diariamente e tudo mais. Cansa-me sim. Irrita-me ver injustiças sociais, deixa-me com os nervos em franja os facilitismos desconcertados. A falta de coerência.
Se vou para a rua gritar e protestar por isso? Não. Se vou deixar de sorrir e pensar que o dia hoje acordou com sol e quão isso me deixa feliz? Não.
Não vou gritar porque a crise pode bater-me a porta, se o fizer vou ficar com a pele estragada e para a recuperar irei gastar mais dinheiro em cremes e produtos de beleza. Não me vou arreliar porque pode acontecer algo, até porque se o fizer, habilito-me a uma úlcera e isso vai fazer com que fique doente e precise de gastar dinheiro em médicos e medicamentos possivelmente não comparticipados. Não vou perder horas de sono a pensar em problemas, porque se o fizer, não vou render o mesmo no trabalho e darei razões para ser despedida.
Neste momento sou feliz. Tenho saúde e emprego, os meus também, estou em véspera de ter as merecidas (considero eu) férias do ano. Está um dia lindo lá fora. Se podia estar melhor? Podia, por isso vou fazer por isso, não me vou por a discutir com os avec deste país que deitam o lixo no chão ou com os ambientalistas que estão amarrados às portas de mais uma futura barragem, isso seria perder tempo e remar contra a maré, vou antes apanhar o sol de inverno e apreciar a vitamina D, instalar-se em mim.
Chamam-me o quiserem, mas está é a minha forma de lutar contra esta crise. Seja ela grega, troikana ou mesmo social. Não tenho medo de trabalhar, não vou parar de o fazer apenas porque estou revoltada. Vou viver o bom da vida. Chorar não enche a carteira .

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