O dia em que sorrir deixou de ter piada!

18:43 A papaqueijo 0 Comments

Esse dia foi ontem. Para mim.

Há muitos anos que eu precisava de alinhar os meus dentes, mas o horror que tenho a dentista assim como a estruturas metálicas nos dentes fez como que fosse adiando, adiando, adiando... enfim. 
Na loucura dos meus 18 anos, cheguei com coragem ao consultório do meu dentista, na altura, e disse, pronto, então vamos lá a isso. Foi-me arrancado um siso, foi-me tirado medidas, foram-me feitos moldes e tudo e tudo e tudo, mas na hora H, eu medrosa que sou, fugi consultório fora e jurei que aparelho nunca na vida.

Entretanto a minha prima formou-se em medicina dentária e desde então, tudo o que a dentes diz respeito é com ela que trato. As coisas são-me mais facilitadas, porque não tenho de fazer conversas circunstancias com ela. Gosto, digo que gosto. Não gosto, digo que não gosto. Quando doí, belisco-a ou grunho sem qualquer tipo de ressentimento. Ali é como andar de chinelos, sinto-me em casa. 
Mas desde que ela montou o consultório dela, que me anda a chatear a dizer que vou ter problemas graves por não ter uma dentição alinhada, porque bla-bla-bla-bla, porque além dos ganhos estéticos (e acho que foi aqui que ela me comoveu) vou ganhar qualidade de vida e coisas afins. Acho que me deixei vencer por cansaço, também, pois quem saí aos seus não degenera, e nisso ela é chata que basta! 
Não sei como, disse-me que se andasse com esta coisa durante 1,5 a 2 anos, e eu dentes seriam só limpezas e nada mais. Vai se a ver e eu acreditei. 

Passei os últimos meses a pensar em mil formas de sorrir sem mostrar os dentes, em poses para fotografias na praia, nas férias, com amigos, selfies, e tudo mais sem mostrar os dentes. Pensei como seria a minha vida a falar muito menos nestes meses com aparelho. Pensei como seria a minha relação, isto claro se ela continuar, pensei em tudo isto. E não sei por que rajada de vento, acabei por aceitar e seguir em frente, sem hipóteses de desistir, até porque ela sabe onde eu moro, onde moram os meus pais, enfim.... sem saída. 

Et voilá, ontem foi o dia. Agora que tenho o aparelho a mais de 24 horas (apenas o de cima) tenho uma coisa a dizer: Esta caca dói para carago!

Sinto-me a Betty feia, já fiz contas a vida e pensei, em ligar-lhe e dizer: Vamos retirar esta sucata toda, quero a minha vida de antes, outra vez, por favor. Ela que não pense em ligar-me nestas primeiras horas, porque será certamente isso que ela vai ouvir-me dizer.
Estou simplesmente horrível. Não entendo como nem porque, o maior-da-minha-aldeia ainda não se pôs a milhas para casa da mãe. Eu no lugar dele, já me teria abandonado. Aliás, eu sinto que já me abandonei. Esta não sou mais eu. Estou horrível. Tenho uma cena que me enche a boca e que é para lá de feia. 
Além disso há o stress do lavar os dentes de 5 em 5 minutos. Não sei como colocar os lábios, a língua não pára quieta e já tenho duas feridas na boca. Portanto, tudo em mau.

Dizem que há o lado bom das coisas, assim de repente, só vejo para as pessoas que precisem de fazer regime, uma dieta forçada. Ou porque optam por não comer muito para não passar a vida a correr para a casa de banho, lavar os dentes, ou porque descobrem que tudo o que existe para comer é "duro" à luz do aparelho. Sim, durante este período de tempo, adeus comidas "duras" tão banais como azeitonas, broa, torrões e ... Ou simplesmente porque são forçadas a um novo e continuo exercício físico: Lavar os dentes de 5 em 5 minutos.

Não sei como serão as minhas próximas horas, mas não me espantaria muito que fossem passadas no consultório dela, a retirar estes ferros todos. É tão mas tão mau! 


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